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Brinquedos

“Ora, uma noite, correu a notícia de que o bazar se incendiara. E foi uma espécie de festa fantástica. O fogo ia muito alto, o céu ficava todo rubro, voavam chispas e labaredas pelo bairro todo. As crianças queriam ver o incêndio de perto, não se contentavam com portas e janelas, fugiam para a rua, onde brilhavam bombeiros entre jorros d’água. A eles não interessava nada, peças de pano, cetins, cretones, cobertores, que os adultos lamentavam. Sofriam pelos cavalinhos e bonecas, os trens e os palhaços, fechados, sufocados em suas grandes caixas. 
Brinquedos que jamais teriam possuído, sonho apenas da infância, amor platônico. 
O incêndio, porém, levou tudo. O bazar ficou sendo um famoso galpão de cinzas. 
Felizmente, ninguém tinha morrido — diziam em redor. Como não tinha morrido ninguém? —pensavam as crianças. Tinha morrido um mundo, e, dentro dele, os olhos amorosos das crianças, ali deixados. 
E começávamos a pressentir que viriam outros incêndios. Em outras idades. De outros brinquedos. Até que um dia também desaparecêssemos, sem socorro, nós, brinquedos que somos, talvez, de anjos distantes! 

(Cecília Meireles)

Anne With… E


… querida rainha da neve,

eu aceito a sua oferenda.

Se eu tivesse um livro eu colocaria essas Flores sagradas entre as paginas para me lembrar pra sempre deste precioso momento, contudo, eu, princesa Cordelia, estimarei esse presente para sempre…

Tem Hora…


CHORO (Fábio Jr.)
Tem hora que bate
Uma tristeza tão grande
Que eu não sei o que fazer
E nem pra onde ir
É tanta coisa
Que eu queria dizer
Mas não tem ninguém pra ouvir
Então choro sem ninguém ver
Eu choro
Faço o possível pra segurar a cabeça
Mas a emoção não quer
Que eu me desfaça
Ou então que eu esqueça…
E eu choro
Sem ninguém saber
Eu choro